terça-feira, 17 de junho de 2008

Sobre a Guerra dos Cem anos



Por Dinara Seibt e Lucas Miszewski

A Europa estava cercada de importantes acontecimentos entre os séculos XIV e XV, entre eles o final da Baixa Idade Média com o crescimento desenfreado das cidades, revoltas camponesas, a situação de insalubridades rodeadas pela peste negra e pela transição do sistema feudalismo para o capitalismo com as monarquias nacionais.
Os motivos principais que contribuíram para o começo da guerra foram à ocupação do trono com a morte do rei da França, Filipe, o Belo, Carlos IV, onde dois pretendentes disputavam o trono: o francês Filipe de Valois e Eduardo III, rei da Inglaterra, ambos com parentesco do rei Filipe. O escolhido foi Filipe de Valois através de uma assembléia baseada na Lei Sálica (essa lei proibia a ocupação do trono da França por parte materna, no caso Eduardo III era neto do rei Filipe por parte de mãe). Felipe de Valois passa a ser Felipe IV iniciando a dinastia de Valois.
A região dos Flandres (atual Bélgica e Países Baixos), “importante produtora de tecidos e centro comercial, ligada por laços de vassalagem à França, mas economicamente à Inglaterra, de quem obtinha a lã”. Esta região foi o cenário que desencadeou a guerra, devido a forte concentração comercial e manufatureira, na qual utilizavam a lã inglesa como matéria-prima, com a disputa pelo trono francês a Inglaterra dificultou a importação de matéria-prima para a França e conseqüentemente os produtores franceses sofreram com essas medidas. Foi então que os burgueses franceses buscaram apoio com Eduardo III, sendo que este invadiu essa região, exigindo seus legítimos direitos políticos e territoriais na França por ser neto do rei Filipe. “Eduardo III ordenou um desembarque de um exército em Flandres”, em 1337 a França declara guerra á Inglaterra, e começa uma guerra que durou mais de um século, com uma série de conflitos internos.
A Guerra dos Cem Anos ocorreu nos anos de 1337 -1453 envolvendo França de um lado e Inglaterra de outro. Considerada como início no dia 24 de maio de 1337. Esta guerra foi longa, entretanto com vários períodos de pacificação e até mesmo, conflitos internos, principalmente na França onde Armagnacs – os nacionalistas contra os Borguinhões – do lado inglês. Este conflito originou em 1346 com a morte de Carlos V onde a nobreza francesa dividiu-se nestes dois grupos.
(...)”Os Borguinhões quando foram derrotados pelos Armagnacs recorreram aos ingleses por ajuda. Esta atitude um tanto traiçoeira fez com que os ingleses voltassem à guerra contra os franceses. Em 1940 os ingleses ganharam e Henrique V assumiu o trono francês. O território da França ficou dividido em dois reinos: o norte sob domínio inglês, e governado por Henrique V, apoiado pelos Borguinhões; o sul sob domínio francês e governado por Carlos VII com o apoio dos Armagnacs”.

A Guerra dos 100 anos teve vários períodos e foi cercada por reflexos no cenário medieval, acarretando crise dos sistemas feudais, a formação de um estado absolutista, milhares de mortos, queda na produção agrícola, limites de definição territoriais, entretanto com inúmeras conseqüências que a Europa arcou, originou-se dessa guerra uma líder feminina, com espírito jovem, guerreiro e sobretudo nacionalista que impulsionada também por desejos divinos mostrou um caráter inédito ainda numa guerra feudal, Joana d’Arc teve seu importante papel na história da França e também na Guerra. A guerra levou a uma disputa que duraria por muitos anos entre ingleses e franceses, além da guerra dos 100 anos ter se situado no período de transição da Idade Média para a Idade Moderna.

A guerra foi dividia em quatro períodos:
Primeiro Período (1337 a 1364): Eduardo III após conquistar duas vitórias a primeira na batalha naval de Sluys e a segunda em Crécyen-Pomthieu, garantiu importantes posições no norte da França, até ser beneficiada pelos grandes produtores da região dos Flandres, mas esse avanço foi interrompido pela existência da Peste Negra, sendo que esta foi responsável por interromper a guerra. Mais tarde Eduardo III conta com a ajuda do filho do rei de Navarra, o príncipe de Gales, conhecido como príncipe negro, e esse acordo contribuiu para inúmeras vitórias para o lado inglês, conquistando parte das regiões norte e oeste. Acontecem as revoltas camponesas – Jacquerie, com a insatisfação contra o senhores feudais.
(...) “O filho de João, o Bom, o futuro Carlos V, atendeu as questões internas e negociou a paz com Eduardo III. Em 1360, o Tratado de Brétigny, ratificados em Calais (região do norte francês), deu a Eduardo um considerável número de territórios na França (Calais e todo o sudoeste francês) em troca do abandono de suas reivindicações ao trono francês”.
Segundo Período (1364 a 1380): Neste período a França obteve mais sucesso porquê Carlos V (que assumira o trono da França após a morte de seu pai, João II) não aceitou as imposições feitas no Tratado de Brétignye recuperou parte do território francês, fortalecem a idéia de centralização política submetem a burguesia em cargos de confiança. Morre Eduardo III em 1377, e em 1380 Carlos V.
Terceiro Período (1380 a 1422): Entre o final do século XIV aconteceram as disputas internas nos dois países, amenizando nesse momento a guerra externa. Assumem os tronos, na França Carlos VI, e na Inglaterra Henrique V, nesta fase a Inglaterra começa a sair na frente novamente, pois foi feito um Tratado de Troyes (1420), garantindo a Inglaterra todo o norte do país, até mesmo Paris e principalmente obrigava Carlos VI deserdar do trono, seu filho, Delfim Carlos VII, como Henrique V casou-se com a filha de Carlos VI, ficou com o direito de herdar o trono francês. Em 1422 morria Carlos VI e Henrique V, e assim tanto o trono francês como o inglês, ficavam sem a realeza. Como parte da França estava dividida Delfim Carlos VII assume o trono do sul, com o apoio dos Armagnacs. E o trono inglês e parte do francês ficavam com Henrique VI.
Quarto Período (1422 a 1453): Neste período a resistência por parte de Delfim fica fortificada pelo espírito de astúcia de uma jovem camponesa de Domrémy: Joana d'Arc, dizendo-se enviada por Deus para guiar seus compatriotas na expulsão do exército inglês, com sua bravura ela participou de diversos combates que resultaram em vitórias para os franceses. . Em 1435 foi firmada a paz entre a França e Borgonha e no ano seguinte Paris foi libertada e os ingleses gradualmente derrotados. O fim da guerra é marcado pela batalha de Castillon, em 1453, o fim da guerra, e desde então os ingleses mantiveram apenas Calais, que conservaram até 1558.


http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=565


VICENTINO, Cláudio. DORIGO, Gianpaolo. História para o ensino médio. Volume único. Série parâmetros. Editora Scipione. p. 146-149

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